LOCAL: Espaço de Arte e Cultura “Guataçara Brasil” - Jacareí/SP
PERÍODO: De Março a Agosto de 2010
RESPONSÁVEIS: Guataçara Monteiro e João Paulo Pessoa
BENEFICIADOS: 8 professores
O artista, em seu espaço cultural, elaborou uma formação em artes visuais, para capacitar profissionais com suas técnicas em seis encontros, sendo um por mês. Onde educadores e artistas plásticos, puderam partilhar seus conhecimentos com o grupo e aprender diversas técnicas que fazem parte do universo criativo de Guataçara Monteiro. Sempre com uma didática simples, muita prática e reflexões sobre as produções. No primeiro módulo o grupo conheceu um pouco mais sobre a história de vida do artista e sua pesquisa e paixão sobre a arte pré-histórica brasileira, com foco na arte rupestre. Aprendendo sua técnica de pintura com sobreposição de cores, linhas, tipos de preenchimentos, texturas, movimento e simbologias indígenas, pintando a base de uma sacola de lona de algodão.
No segundo encontro, fechando a temática indígena, estudamos a simbologia das cerâmicas Marajoara, Tapajó e Maracá, oriundas da Amazônia brasileira. Os participantes aprenderam a confeccionar tintas com seivas de plantas para aplicação sobre papel e a técnica do artista para produzir tintas com pigmentos naturais, uma adaptação da antiga formula da têmpera, que aplicamos sobre pratos cerâmicos de mono queima, criando bonitas mandalas.
O terceiro encontro nos fez refletir sobre as questões ambientais atuais. Conversamos sobre a história do papel e a importância da reciclagem. Todo o grupo aprendeu “na prática” como reciclar papéis e tingi-los com pigmentos naturais, também feitos na hora, a base de serragem de eucalipto( Eucaliptus spp) e tinta rosa coletada de folhas de abacateiro(Persea americana).
Um dia de aventura na chácara di artista na cidade de Igaratá/SP.
O quarto encontro complementou o terceiro, pois nosso olhar foi para artistas contemporâneos e “vivíssimos” que tem o papel como matéria-prima para a criação de obras, como exemplo a americana Jen Stark, o artista inglês Richard Sweeney e a brasileira, Beatriz Milhazes. E, como prática, um desafio foi lançado, criar uma obra sobre uma tela de 80x80cm, utilizando a técnica da colagem misturando vários elementos, o papel produzido na oficina anterior, tecidos, palhas, couros e papéis diversos. Como resultado, nasceram produções que expressam a estética, a beleza e a poética pessoal de cada participante. Lindo!
O quinto encontro foi mágico! Mergulhamos na simplicidade da arte primitivista brasileira ou “Arte Naïf”. Discutimos sobre a Bienal que acontece na cidade de Piracicaba/SP e sobre as produções de Tito Lobo, Jô Cortêz e Clóvis Júnior, artistas nordestinos, além é claro, de artistas Vale Paraíbanos. E, para a prática do grupo, repassamos uma técnica simples para se trabalhar em madeira, cada participante confeccionou uma “gamela” pintando-a com tintas acrílicas, e tendo a arte ingênua como inspiração, sem se preocupar com a geometria, as formas, misturas de cores, etc... Gerando peças cheias de arte, design e utilidade.
O sexto e último encontro,chamamos de “vivência artística”, pois até esse curso, todas as produções foram individuais, e nesse, cada participante sintetizou em um papel em forma de pétala, as técnicas e o que mais chamou sua atenção durante os encontros. Juntamos tudo e criamos uma obra coletiva em forma de flor, representando o “desabrochar individual e grupal” um despertar para as artes, para a educação e para um universo de possibilidades que se abriu durante o curso, e isso ficou bem claro, principalmente, para aqueles que, na primeira aula, tinham medo de fazer um simples desenho e depois se revelaram talentosos artistas. Para fechar com “chave de ouro”, organizamos um mostra coletiva de artes, aonde amigos e familiares vieram prestigiar o evento, assistiram um vídeo sobre o desenvolvimento do curso e, ao final, para celebrar, fizemos uma grande roda de Danças Circulares!
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